Impacto da Solidão

o impacto da solidão e do isolamento social na saúde e bem-estar

A importância da conexão social para a economia e o bem-estar pessoal e comunitário

A carência de conexão social pode proporcionar custos econômicos significativos para os indivíduos, às comunidades e à sociedade. Além disso, a solidão e o isolamento estão associados a um menor desempenho acadêmico e pior performance no trabalho. O absentismo relacionado ao estresse atribuído à solidão também eleva consideravelmente os custos. O impacto da conexão social não afeta apenas as pessoas, mas também as comunidades em que vivem.13,19

O perigo do isolamento social para a saúde e longevidade

Em quatro décadas de investigação produziram-se provas robustas de que o isolamento social está associado a um risco significativamente aumentado de morte prematura por todas as causas.20

O perigo da desconexão social: tão prejudicial quanto fumar 15 cigarros por dia

O impacto na mortalidade permanecendo-se socialmente desconectado é semelhante ao causado por fumar até 15 cigarros por dia, e maior do que aquele associado à obesidade e à inatividade física.13,21

ConeXÃO social precária configura risco superior a fatores bem estabelecidos e difundidos. 13,21

A conexão social como fator crítico para a longevidade

A carência de conexão social representa uma ameaça significativa à saúde e a longevidade. A solidão e o isolamento social aumentam o risco de morte prematura em 26% e 29%, respectivamente.

Os impactos negativos da falta de conexão social na saúde

Insuficiente ou precária conexão social está associada à elevação de 29% de doenças cardíacas, e um risco aumentado de 32% de acidente vascular cerebral, bem como associada ao aumento do risco de ansiedade, depressão e demência. Além disso, a falta de conexão social pode elevar a suscetibilidade a vírus e doenças respiratórias.

Reconhecendo a influência social na saúde e bem-estar

Médicos, profissionais de saúde, educadores e a mídia pública consideram com seriedade fatores de risco como o tabagismo, dieta inapropriada e sedentarismo. No entanto, as pesquisas constituem um argumento convincente para que fatores que envolvem o relacionamento social sejam adicionados a essa lista. Com esse reconhecimento, as avaliações e exames médicos poderiam incluir rotineiramente variáveis de bem-estar social; os cuidados médicos poderiam recomendar, se não promoverem diretamente, melhores conexões sociais; hospitais e clínicas poderiam envolver redes de apoio aos pacientes na implementação e monitorização de medidas de tratamento e adesão rigorosa. As políticas de cuidados em saúde e as iniciativas de saúde pública poderiam igualmente beneficiar uma contabilização explícita de fatores sociais nos esforços destinados à redução do risco de mortalidade. Os indivíduos não existem isoladamente, sendo sabidamente que os humanos naturalmente se conservam sob convivência mútua; fatores sociais influenciam a saúde das pessoas por meio de vias cognitivas, afetivas e comportamentais. Os esforços para redução da mortalidade através de fatores de relacionamento social exigirão inovação, mas a inovação já caracteriza muitas intervenções médicas que prolongam a vida em detrimento de sua qualidade. As abordagens baseadas nas relações sociais representam uma grande oportunidade para melhorar não só a qualidade de vida, mas também a sobrevivência.28

A solidão como um problema de saúde pública nos EUA

Um estudo de 2022 revelou que quando perguntaram às pessoas o quão próximas elas se sentiam emocionalmente dos outros, apenas 39% dos adultos nos EUA disseram que se sentiam muito conectados.13,29  Um indicador importante deste declínio da conexão social é um aumento na proporção de americanos experimentando a solidão. Pesquisas recentes evidenciaram que aproximadamente metade dos adultos dos EUA relatam sentir solidão, com algumas das taxas mais altas entre jovens adultos.13,30,32  Essas estimativas e muitas pesquisas indicam que a solidão e o isolamento são mais frequentes do que diversos e exuberantes problemas de saúde pública atualmente, incluindo o tabagismo (12,5% dos adultos nos EUA),33 diabetes (14,7%),34 e obesidade (41,9%),35 e com níveis comparáveis de risco à saúde e morte prematura. No entanto, apesar desta elevada prevalência, menos de 20% dos indivíduos que frequentemente ou sempre se sentem solitários ou isolados reconhecem essa condição como um real e significativo problema.13,36

A SOLIDÃO É UMA AMEÇA À VIDA E DEVE SER REVELADA!

Doenças cardiovasculares

Pacientes com insuficiência cardíaca que relataram altos níveis de solidão tiveram um risco 68% maior de hospitalização, um risco 57% maior de visitas ao pronto-socorro e um risco 26% maior de consultas ambulatoriais, em comparação com pacientes que relataram baixos níveis de solidão.13,37Combinando dados a partir de 13 estudos sobre pacientes com insuficiência cardíaca, os pesquisadores descobriram que uma reduzida conexão social está associada a um risco 55% maior de readmissão hospitalar.13,38

Hipertensão arterial

Diversos estudos demonstram que quanto mais colaboração houver, maior será a redução da possibilidade de desenvolver hipertensão arterial, mesmo em populações com maior risco. Um maior apoio social neste grupo está associado a um risco 36% menor de hipertensão a longo prazo.13,39 Entre os adultos mais velhos, o efeito do isolamento social sobre a ocorrência de hipertensão é ainda maior do que importantes fatores clínicos, como a diabetes.13,40 Idosos com maior percepção e apoio emocional de familiares e amigos, e com exposição frequente a informações relacionadas à saúde em suas redes sociais, são significativamente menos propensos a não terem a hipertensão diagnosticada e controlada.13,41

Diabetes

O envolvimento e o apoio dos membros da família também têm demonstrado repetidamente melhorar o manejo da doença e a saúde das pessoas com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.2,13,42

Doenças infecciosas

Pessoas com conexões sociais reduzidas podem ter maior suscetibilidade, e respostas imunológicas mais vulneráveis, quando expostas a agentes infecciosos. Estudos que examinaram os fatores contribuintes à doença após a exposição a vírus, descobriu-se que a solidão e o precário apoio social contribuem significativamente para o desenvolvimento e a gravidade dessas condições.13,43,44

Cognição

Evidências substanciais relacionam o isolamento social e a solidão com a aceleração do declínio cognitivo e um risco aumentado de demência em adultos mais velhos,45,46 incluindo à doença de Alzheimer.47 A solidão crônica e o isolamento social podem elevar a possibilidade de desenvolver demência em aproximadamente 50%. Em estudo conduzido ao longo de 12 anos descobriu-se que as habilidades cognitivas diminuíram 20% mais rápido entre aqueles que relataram solidão.13,48

depressão e ansiedade

A depressão e a ansiedade são frequentemente caracterizadas por carência de atividade social, o que aumenta o risco de isolamento social e solidão. No entanto, o isolamento social e a solidão também predizem maior risco de desenvolver depressão e ansiedade, podendo agravar essas condições ao longo do tempo. Em revisão sistemática de múltiplos estudos descobriu-se que as chances de desenvolver depressão em adultos são maiores que o dobro entre as pessoas que relatam sentir-se sozinhas com frequência, em comparação com aquelas que raramente ou nunca se sentem solitárias.24 Em extensa análise os autores concluíram que a solidão e o isolamento social entre crianças e adolescentes intensifica o risco de depressão e ansiedade, e que esse risco permaneceu elevado mesmo após nove anos.13,49

suicídio

Pesquisas demonstraram ligações significativas entre a carência de conexão social e o suicídio. A probabilidade de morrer por suicídio mais que dobrou entre homens que viviam sozinhos. O mesmo estudo demostrou que a solidão em mulheres foi significativamente associada à hospitalização por automutilação.13,50